A inovação da artista-engenheira Xin Liu questiona as fronteiras da vida biológica e impulsiona discussões profundas sobre as implicações éticas do avanço tecnológico
Inovadora na congruência entre arte e engenharia, Xin Liu rompe as amarras das disciplinas com sua abordagem multifacetada. Com uma transição vibrante da engenharia para a arte, Xin encontrou seu cantinho de liberdade ao explorar temas como introspecção, experiências nômades e a interconexão dos sistemas de conhecimento. Ela engendra narrativas envolventes, entrelaçando ciência, tecnologia, política e espiritualidade de maneira harmoniosa, ecoando nos públicos ao redor do mundo.
Parceria com os biólogos da Ginkgo Bioworks e participações em eventos centrados em IA, como o recente evento Seven on Seven (7×7) da Rhizome no New Museum de NYC, permitiram a Xin iniciar debates abertos a respeito das implicações éticas do progresso tecnológico. Sua exposição recente, ‘Corpos Brilhantes’, desafia as percepções da manipulação do tempo e da imortalidade, encapsulando momentos de tempo suspenso e anseios humanos.
No cenário vibrante do evento 7×7 de 2024, Xin encontrou inspiração em um mosaico de pares, concebendo um futuro onde a criação e a conexão se desdobram como em um reality show cativante. Por meio de sua arte, Xin continua a estabelecer conexões entre realidades diversas, convidando-nos a reimaginar as fronteiras do que é a criatividade e a expressão humana. Você pode aprender mais sobre seu trabalho no evento Rhizome 7×7 deste ano na entrevista abaixo.
A formação dual de Xin, como artista e engenheira, moldou de maneira única o seu olhar criativo. Ela acredita que a vivência interdisciplinar é crucial para dialogar com a sociedade contemporânea. Ciente de que ciência, tecnologia, política, ecologia, filosofia e psicologia são partes integrantes de nossa cultura e vida diária, ela vê a arte como um retrato autoral das experiências vividas, onde cada obra reflete seu próprio amadurecimento.
Em um olhar mais íntimo sobre seu trabalho com a edição 7×7 da Rhizome de 2024, Xin compartilha sua experiência colaborando com os biólogos Christina Agapakis e Josh Dunn, de Ginkgo Bioworks. Fascinada pela possibilidade das células como minúsculas fábricas, produzindo quase tudo que pode ser naturalmente produzido por células biológicas, incluindo químicos e proteínas, Xin questiona onde fica a fronteira dos seres biológicos, especialmente diante de avanços como a levedura que produz proteínas do leite.
Recentemente, a obra de arte que mais conectou-se com Xin foi sua exposição ‘Corpos Brilhantes’ no Japão, baseada em uma série de trabalhos que exploram tecnologias como a criogenia e o congelamento de óvulos. As duas tecnologias, para Xin, manipulam tempo, produtividade e reprodutividade, levando a um questionamento profundo sobre o desejo humano pela imortalidade.