- ARTE
Desert X Alula: Raízes Artísticas Do Península Arábica Ressurgem
- Original São Paulo
“Presença do Ausente” é o tema da exposição de 2024 que propõe uma redescoberta dos espaços “invisíveis”
O evento artístico invulgar conhecido como Desert X AlUla, retorna triunfante para sua terceira edição na antiquíssima Península Arábica. Com a rica tapeçaria cultural desse exótico deserto como pano de fundo, a exposição anual irradia uma profusão de obras de arte criadas por talentos emergentes e artistas consagrados de todo o mundo.
Com a curadoria de Maya El Khalil e Marcello Dantas, a edição deste ano foi intitulada “Na Presença do Ausente”. Essa temática lúdica e íntima convida artistas e público a profundarem na contemplação do vazio, dos espaços “invisíveis” e a considerar como as obras expostas estimulam novos diálogos sensoriais com a desértica paisagem circundante.
Os visitantes do Desert X AlUla ganharão um mapa e um desafio: pela primeira vez, a exposição se expande para três locais distintos – Wadi AlFann, Harrat Uwayrid e alManshiyah Plaza. Cada região propõe aos seus visitantes “a ajustar suas perspectivas para encontrar os aspectos mais invisíveis do lugar com reverência, sintonizando-se com as forças, ritmos e processos que moldam imperceptivelmente a paisagem”, explicou El Khalil.
Essas obras cartográficas enfrentam fenômenos efêmeros como o movimento da luz e a erosão do vento. Ao serem performadas por essas forças, as obras revelam a monumental significância do que pode parecer, à primeira vista, ausente.
Algumas instalações destacam-se pela sua estética arrojada e originalidade, como um campo de futebol de Ayman Yossri Daydban, uma escultura que desaparece imitando o verniz do deserto criada por Aseel AlYaqoub, e um túnel iridescente pelo artista conceitual sul-coreano, Kimsooja.
“O deserto, muitas vezes percebido como espaço de vazio, gradativamente vai revelando suas intrincadas camadas de existência à medida que se mergulha nele, essas camadas se manifestam através do terreno sempre mutável, a dança intrincada do tempo, a evidência da vida, e poder transformador do clima”, amplia Dantas.
Nessa miragem artística em meio ao deserto, o Desert X AlUla provoca os artistas a criar trabalhos originais numa tela de proporções inéditas. O desafio proposto a esses artistas é de desvelar vestígios que transcendiam os limites do nosso olhar, borrando a linha entre o que vemos e o que verdadeiramente percebemos, na presença do ausente.
Oitiva de Desert X AlUla estará aberta ao público de 9 de fevereiro a 23 de março – para mais informações sobre a programação, consulte o site da organização.