- ARTE
Novo Livro Homenageia O Lendário Dragon Bar De Londres
- Original São Paulo
Obra de 300 páginas mapeia a relevância do local no cenário dos artistas de rua mais inovadores
Ainda que o tempo tenha usado seu vento para varrer fachada, azulejos e portas do lendário Dragon Bar de Londres, os resquícios de sua influência continuam vivos entre os grafiteiros da cidade e a história do local acaba de ganhar mais um capítulo. “Dragon Bar 1998-2008: ruídos e cores que transformaram o grafite londrino” é o novo livro que se propõe a eternizar a relevância do cenário artístico que ali se desenvolveu.
Durante sua existência, de uma década inteira, poucos valorizavam a real energia que emanava do Dragon Bar e seu impacto no ambiente underground da arte de rua. Contudo, após seu encerramento, o recinto ganhou status de cult e se solidificou como um dos hotspots primordiais do grafite londrino, uma verdadeira usina de ideias e talentos.
O livro, publicado sob a grife Pavement Licker e co-criado por James-Lee Duffy e Josh Jones, é uma homenagem de 300 páginas, construída como uma “história oral” do bar. a obra apresenta relatos de quem viveu o caos criativo do Dragon Bar, contribuindo com vivências e sentimentos.
O Dragon Bar se tornou um ecossistema para artistas de rua, proporcionando um espaço de galeria gratuito, onde nomes como Banksy, Faile, Invader, ELK, Mode 2, EINE, Lucie Flynn, CEPT, Sweet Toof, AIKO, James Jessop, dentre muitos outros, encontraram uma oportunidade para exibir seus trabalhos. A maioria desses artistas ainda buscava seu reconhecimento no período de atividade do Dragon Bar.
Banksy marcou lá sua estreia em Londres, e artistas como Faile e Bäst realizaram seus primeiros shows no Reino Unido. A local era também conhecido pelo seu graffiti onipresente, cobrindo pisos, paredes e até toaletes, e pela programação intensa e diversificada que sempre pontuava as noites londrinas.
Talvez a característica que mais captura a alma do Dragon Bar seja a possibilidade que seus frequentadores tinham de organizar seus próprios eventos, fossem eles raves ou festas de quarteirão. A aura efervescente da cultura urbana e independente foi interrompida tragicamente em 2008, quando um incêndio devastou o bar.
Uma curiosidade que vale mencionar é a ausência quase total de celulares no livro, evidenciando o clima despretensioso e concentrado no aqui e agora que imperava no Dragon Bar. Apenas um aparelho foi registrado nas 300 páginas do livro, um verdadeiro testemunho da verdadeira magnitude e impacto do Dragon Bar em Londres e nas artes de rua. A obra está disponível online, custando cerca de 39,99 libras esterlinas, aproximadamente 50 dólares.