O aclamado estilista americano transforma o Grand Central Oyster Bar em um espetáculo de moda, recheado de tradições locais e na trilha sonora inspirada nos cinco distritos de Nova York
Em uma sexta-feira comum, o frenético fluxo de trabalhadores navegando pelo Grand Central Terminal em Nova York é interrompido pela chegada de rostos notadamente famosos como Sofia Richie Grainge, Central Cee e Kelly Rutherford. Eles não estão lá para pegar o próximo metrô, mas para prestigiar um evento único: o desfile da coleção Outono/Inverno 2024 de Tommy Hilfiger.
O local escolhido pelo estilista é o venerado Grand Central Oyster Bar, um restaurante conhecido por servir os melhores moluscos da cidade. No entanto, nesta noite, o cardápio é formado por algo muito mais sofisticado e elegante: 56 looks exclusivos da mais nova coleção de Hilfiger.
Seu “momento novaiorquino” começa com o silêncio que se faz no restaurante ao som da frase famosa do Metrô de Nova York: “Por favor, afastem-se das portas!” As vozes do público são substituídas pela trilha sonora produzida por Questlove, inspirada na cidade e seus cinco distritos.
Uma explosão de vermelho, branco e azul, as cores emblemáticas da grife, domina o lugar. Para Tommy Hilfiger, a consistência realmente é a chave. “É preppy, super americano e cool”, diz ele ao descrever sua coleção. Três palavras que, ao longo de sua trajetória, sempre estiveram associadas à marca.
O designer americano lançou seu império da moda em 1985 e se consolidou no mercado graças aos uniformes colegiais, cujos estilos se tornaram uma assinatura de sua marca. A coleção atual da marca demonstra uma reformulação, refinação e remodelação dessa identidade.
“A linha está mais sofisticada”, afirma Hilfiger. No desfile, clássicos da década de 90 – como camisas de rugby, blazers retos e jaquetas varsity – ganham um toque moderno com tecidos como veludo cotelê, espinha de peixe e listras giz. Além das cores tipicamente americanas, a paleta de cores neutras – beges, marrons, cinzas, preto e branco – foram amplamente utilizados.
As assinaturas da marca, por mais que sutis, falaram por si mesmas: listras clássicas enfeitaram suéteres de tricô, cardigãs justos, grandes cachecóis e gravatas extravagantes; o corte impecável complementava os uniformes acadêmicos, e o toque de esportividade alimentava o guarda-roupa casual da marca. Desta vez, quebrar o padrão não era necessário.
Para finalizar o desfile em grande estilo, o vencedor do Grammy Jon Batiste apresentou uma performance energética de seu sucesso “Freedom”. Dançou com os convidados, serenou Anna Wintour e alcançou todos os cantos do recinto em um espetáculo eletrizante. “Nunca há um momento entediante na moda”, exclamou Hilfiger, mostrando mais uma vez por que suas criações e eventos são sempre lembrados como verdadeiros momentos novaiorquinos.